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07 de Dezembro de 2016

FEMINISMO

  Os coletivos feministas estão cada vez mais comuns, tanto nos espaços virtuais (como exemplo, a Youtuber Jout Jout), quanto nos espaços das Universidades e até nas escolas. A importância cada vez maior da existência dos coletivos feministas na sociedade, é mostrar por meio de organizações, que as mulheres tem os mesmos direitos que os homens. Seja na política, em casa ou na rua. 
  

 
 

                                                               
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 


  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  Diferente da maioria das faculdades, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) têm uma frente de mulheres, ao invés de um coletivo feminista. Até 2013, existia o coletivo, mas conforme as estudantes que administravam o movimento iam se formando, o mesmo foi perdendo a força. No final de 2015, durante a ocupação na faculdade, onde estavam reivindicando o repasse de dinheiro aos cotistas e às empresas terceirizadas, ocorreram diversos assédios por parte de homens, onde foi resolvido criar uma frente de mulheres da UERJ para lutar contra essas situações.
A frente engloba todas as vertentes do feminismo, expondo os machistas e em casos de extrema urgência, abrindo até processos administrativos contra os mesmos. Mas por conta da burocracia e da negligência da faculdade, é muito difícil concluir os casos, afirma Hyldalice de Andrade, estudante de Ciências Sociais da UERJ. Além disso, segundo as ativistas, elas se preocupam muito mais em acolher a vítima dando apoio psicológico, do que com os agressores. 

 
 
 
 
 
 
  
 

  Durante muito tempo, as mulheres não tiveram voz na sociedade, eram obrigadas a se calarem e agirem como se fossem seres inferiores aos homens. O patriarcado é algo existente desde o início dos séculos, onde há a ideia de que o homem é melhor do que a mulher, e que por isso, não devem ter os mesmos direitos. Não é a toa que muitas vezes o sexo feminino é tratado como objeto, onde sofre assédio, discriminação, silenciamento, entre tantas outras coisas.  O coletivo feminista da UFRJ teve que ser reforçado de maneira organizada após dois incidentes. O primeiro foi um vídeo que repercutiu 

dentro da faculdade durante o trote de 2016.1, filmado pelos organizadores do evento, na maioria homem, de duas meninas fazendo cenas de sexo, e uma delas sendo menor de idade. O outro, foi na festa da Faculdade Nacional de Direito (FND), no bar BIN, onde dois homens não aceitaram que duas meninas não queriam ficar com eles, e como afronta, abaixaram as calças e mostraram as partes íntimas. Para que isso não voltasse a acontecer, o coletivo realizou reuniões de acolhimento para ouvir as vítimas buscando sempre soluções junto a reitoria da universidade, e expondo os agressores. "Foram incidentes que reforçaram o porque da gente ter um coletivo e não um núcleo, devido às 'brincadeiras' de mal gosto feitas em festas e em trotes", diz Marcella Moreira, organizadora do coletivo feminista da FND.

  Um dos temas muito debatidos no feminismo, é a importância da sororidade, que é a união e aliança entre mulheres, baseado na empatia e companheirismo, em busca de alcançar objetivos em comum. Como exemplo disso, o coletivo feminista da Universidade Veiga de Almeida junto ao Ação por Todas Nós, em comemoração ao Outubro Rosa, arrecadou doações de mais de seis mil absorventes para distribuir em presídios femininos, além de uma caixa de remédios para cólica, dor de cabeça, dentre outros. "Geralmente, quem fornece absorventes e remédios para as presas é o Estado, mas devido a crise 

eles estão com dificuldades. Por esse motivo, houve a publicação de uma nota pedindo para que as pessoas pudessem doar protetores diários, pois muitas vezes as detentas usam miolos de pão, dentre outras coisas bem piores" diz, Eduarda Bayeux, estudante e organizadora do coletivo feminista da Veiga de Almeida.

  Atualmente, os movimentos sociais  contemporâneos não demandam líderes, eles apenas necessitam de um coletivo onde as pessoas possam se unir e ajudar umas as outras. Diversas pessoas procuram as redes sociais para tentar relatar um acontecimento ou até mesmo pedir ajuda, e a importância dos coletivos nas universidades é mostrar que as mulheres não estão sozinhas. "É uma forma de que se acontecer algum tipo de preconceito ou machismo dentro da universidade, as meninas podem se unir e debater 
 

  Além do machismo na rua, existe também o machismo em sala de aula com professores e alunos. Segundo a Renata, as professoras mulheres muitas vezes são vistas como mais fracas que os professores homens, havendo até mesmo em algumas ocasiões, ameaças por parte dos alunos. "Outro dia, um aluno insistiu por meio ponto e eu disse que não ia dar, pois ele teve a oportunidade de fazer trabalho e prova, e não fez, então ele resolveu me ameaçar dizendo que ia levar o caso para o coordenador do curso. Mas eu tenho certeza que se fosse um professor no meu lugar, ele não faria aquilo", lamenta. Além desses, existem casos em que as meninas utilizam da sedução para conseguir pontos com professores homens. "Elas pensam que por serem jovens podem utilizar do corpo para conseguir pontos, e muitas vezes esses professores se aproveitam da situação. E o papel dos coletivos nessas horas é chegar para a menina e dizer "qual o seu papel dentro da faculdade? seu papel é estudar, você não precisa se vender por tão pouco, você tem capacidade", completa.

sobre seus papéis dentro da sociedade. Se antes as mulheres não tinham a vez da fala, agora elas têm, e isso é super importante", diz Renata Feital, pesquisadora e professora de jornalismo na Universidade Veiga de Almeida. 

Renata Feital, pesquisadora e professora de jornalismo na Universidade Veiga de Almeida

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